quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Gabarito das questões UFSCAR.


1-
a) “a obrigatoriedade do diploma do jornalista para quem exerce a profissão”
b) O enunciador mostra-se favorável à decisão do Supremo Tribunal Federal, que acabou com a exigência de curso superior específico para alguém trabalhar com a atividade jornalística. Ele considera essa exigência uma “excrescência”, “herança da ditadura militar”, cujo “ridículo” foi exposto por uma “comparação brilhante
de Gilmar Mendes”, que associou a exigência do diploma de jornalista à pitoresca situação em que “toda e qualquer refeição” devesse ser preparada por pessoas que cursaram “uma faculdade de culinária”.

2-
a) O verbo “poder” está flexionado no plural concordando com o sujeito composto “o jornalismo e a liberdade de expressão”. A forma “pensados” está no masculino plural porque concorda com substantivos de gêneros diferentes (“jornalismo” é masculino e “liberdade” é feminino, prevalecendo o masculino na concordância nominal).
b) O exemplo do chef, transposto para o jornalismo, pode ser assim traduzido: Um excelente jornalista certamente poderá ser formado numa faculdade de jornalismo, o que não legitima o estado a exigir que toda e qualquer matéria seja escrita por profissional registrado mediante diploma de curso superior nessa área.


3-
a) No texto da revista Veja, reconhece-se uma evidente referência à corrente ultra-romântica, também conhecida como geração byroniana daquele movimento literário, que marcou presença nas décadas de 1850 e 1860. Os representantes dessa 2ª- fase da poesia romântica brasileira produziram obras de teor mórbido,em que se acentuam o gosto pelo tédio, a solidão noturna, a insatisfação amorosa e o culto da noite,
temáticas incitadas pelo mal do século.
b) Os versos “Quanta glória pressinto em meu futuro! / Que aurora de porvir e que manhã! / Eu perdera chorando essas coroas / Se eu morresse amanhã!”, do poema de Álvares de Azevedo, podem ser vistos como ilustração do “fim precoce” dos autores românticos, enfatizado por Manoel Carlos em seu texto. A estrofecitada exemplifica, por um recurso fantasioso de autocontemplação, a angústia desses poetas perante a
ideia da morte.

4-
a) Os dois textos exploram a mesma temática: a mudança das coisas. Essa ideia é explicitada nos seguintes trechos: “Muda-se o ser, muda-se a confiança; / Todo o mundo é composto de mudança” (Texto I); “elas [as pessoas] vão sempre mudando” (Texto II). No entanto, convém explicitar que esse tema é tratado de forma
diferenciada em cada um dos textos. O eu lírico do poema camoniano vê com pessimismo as mudanças que se operam no mundo, porque constata que elas são geradoras de um mal cuja dor não pode ser superada(“Do mal ficam as mágoas na lembrança”) e ainda considera que a ocorrência do bem, apenas hipotética (“se algum houve”), pode trazer mais sofrimento ao deixar “saudades”. Já o narrador de Grande sertão:veredas vê as mudanças com mais otimismo, ao qualificá-las como algo “importante e bonito”.
b) Depois de sua reflexão a respeito das mudanças a que a vida humana está submetida, Riobaldo, o narrador de Grande sertão: veredas, passa a tecer comentários sobre Deus e o diabo: “E, outra coisa: o diabo, é às brutas; mas Deus é traiçoeiro!” Isso significa reconhecer que Deus e o diabo exploram estratégias opostas
em seu esforço de dirigir (e mudar) a vida humana. Enquanto o diabo age “às brutas”, isto é, de forma mais violenta e explícita, Deus atua “na lei do mansinho”, o que sugere maior sutileza. A ação divina se dá por
intermédio de milagres nem sempre reconhecidos pelo ser humano; daí dizer que “Deus é traiçoeiro” — adjetivo destituído do sentido negativo habitual e revestido de carga positiva, associado à bondade na condução do destino humano.

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